
Ex-vereadores, ex-prefeito, ex-candidatos a vereadores enchem a Cidade de faixas e cartazes, dão entrevistas e vão para o boca-a-boca defender a paternidade. Ah, se fosse feito um DNA! Queria ver: muitos nem parentes de quinto ou sexto grau seriam. Alguns badalam o tempo todo na Imprensa falada, sem nunca ter feito qualquer tipo de mobilização popular ou participado das reuniões comunitárias onde, infelizmente, os técnicos da EMTU se apresentam tão-somente para justificar os mandos (ou desmandos?) da Empresa.
O fato é que o povo carece de reivindicações que culminem com resultados positivos. Essas bravatas públicas, próximas às eleições, a priori, em nada somam para resolver problemas dessa natureza. Somente a força do movimento popular é capaz de demover governantes a fazer o que querem com o povo.
O capricho mesquinho de manter a tarifa B para São Lourenço da Mata, até então, foi puramente de vontade política, tanto que o governador Eduardo Campos, quando candidato veio aqui a São Lour3nço da Mata e garantiu que baixaria o preço da Passagem e passaria toda Região Metropolitana do Recife para o anel A. Baixar a passagem, não baixou porque esse seria um projeto subsidiado pelo governo federal que recuou quando perdeu a CPMF. O governo do Estado ainda não cumpriu a promessa a contento, pois o Parque Capibaribe vem pagando tarifa B. (Outras Cidades de percursos mais extensos pagam tarifa A).
Ademais a tarifa convertida para de B para A não vai garantir barateamento das passagens. Se o sistema apresentar perda de receita não vai aceitar situação deficitária por muito tempo. Logo, novos aumentos poderão vir para compensar receitas. Então é hora de apresentar ao Governo do Estado fontes de receitas para subsidiar os meios de transportes coletivos populares.
As demandas da população são antigas. Porque como Cidade dormitório, São Lourenço da Mata tinha discriminado. Quando alguém procurava emprego na Região Metropolitana não conseguia, pois os empresários não estavam dispostos a fornecer o vale transporte de tarifa elevada. (Lembrando que o Parque Capibaribe continua nesta situação, pagando tarifa B).
Enquanto isso, muitos desses pseudos líderes, vereadores de vários mandatos, secretários municipais e o próprio poder executivo municipal, sequer estiveram presentes nas lutas e nos debates dos transportes coletivos. Lembro-me quando fui coordenador do Seminário de Transportes Coletivos da Zona 9, em São Lourenço, tratamos sobre a volta do trem de passageiros, redução dos preços das passagens, aumento de frota. Extensão do metrô até São Lourenço, ente outras reivindicações. E, essa gente, não estava lá.
Passamos oito anos trabalhando numa Empresa do Rio de janeiro. O que nos forçou afastamento do movimento popular. Mas, felizmente, aqui estamos de volta à luta. Hoje espero não somente escutar se falar em passagens, integração, aumento de linha de ônibus e bravatas sobre o Metrô. Esse último somente virá para cá com grande mobilização, vontade política dos governantes; dos nossos deputados federais e da sensibilidade do Governo Federal, por representação do seu Ministério dos Transportes.
Entenda-se que o problema de transporte coletivo em São Lourenço é mais abrangente do que se pensa. Senão, vejamos:
O sistema viário está um caos – de que adianta ter ônibus se as ruas não dão condições de trafegabilidade?
Terrenos foram doados e casinholas foram construídas indiscriminadamente não permitindo circulação de ônibus e outros tipos de transportes de maior porte.
O transporte alternativo é desordenado, não atende a necessidade de linhas e de horários da população.
O poder público não abraça a causa da vinda do metrô.
O Município não tem estrutura nem estudo técnico acerca da realidade dos transportes nem a curto, médio ou longo prazo.
Para propiciar viabilidade viária por toda Cidade será necessário alargar ruas e avenidas, criar integrações locais, construir acessos, proceder a indenizações, remover postes, canos de saneamentos, sistema de abastecimento de água, etc., etc.
O assunto tem que ser tratado com mais critério, sem demagogia e com muito debate para se apresentar um plano que oriente melhor o planejamento do poder público.
Escrito por Adeildo Santos
Em 25/01/2008
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